Cirurgiã plástica alerta para a manipulação de imagens nas redes, com resultados de procedimentos estéticos nem sempre atingíveis
“O desenvolvimento da tecnologia, no campo de atuação da cirurgia plástica, agregou muito às possibilidades de tratamento e otimizou resultados. Mas, alinhar a expectativa do paciente, com o que realmente é possível alcançar com tratamento, é obrigatório em tratamentos estéticos ou reparadores”. A observação é da cirurgiã plástica Ana Carolina Chociai, para quem o avanço nos estudos e entendimento da fisiologia humana, durante o envelhecimento por exemplo, “também facilitou o desenvolvimento de tecnologias com ações específicas que têm o objetivo de minimizar o trauma cirúrgico”, explica.
Isso vem sendo possível com o desenvolvimento de procedimentos menos invasivos e eficientes. “A cirurgia minimamente invasiva tem ganho cada vez mais relevância frente às grandes intervenções convencionais”, atesta a médica, que começou a construir sua vitoriosa carreira ainda na infância, quando teve diagnosticada uma doença autoimune de acometimento sistêmico. Chegar à Medicina como projeto de vida foi consequência. “A médica que cuidou de mim foi uma inspiração, o tratamento mudou minha realidade e qualidade de vida, despertou a vontade de fazer o mesmo e melhorar a vida de mais pessoas”, diz.
E se a curiosidade pelo estudo médico era crescente desde então, querendo entender mais sobre o funcionamento do corpo humano, além do que era ensinado na escola, hoje Ana Carolina faz dessa condição sua principal aliada durante as consultas. Depois de graduada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, fez residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Hans Dieter Schmidt e, depois, nova residência em Cirurgia Plástica também pela PUCPR.
“A atualização constante nunca foi tão importante como no momento atual. A revolução tecnológica evoluiu muito nos últimos 10 anos. Com a velocidade da troca de informações entre profissionais e grandes centros de pesquisa, o desenvolvimento de estudos e atualizações são praticamente diários para quem trabalha com tecnologia e cirurgia minimamente invasiva”, assegura a médica, ‘fellow’ nas universidades de Miami e Columbia, nos Estados Unidos.Atenta aos receios dos pacientes, bombardeados com diversas informações nas redes sociais ou em busca direta na web, Ana Carolina alerta para os dois lados dessa situação, já que nem toda informação é verdadeira e existe muita manipulação de imagens, simulando resultados de procedimentos estéticos nem sempre atingíveis.
“Em procedimentos eletivos – aqueles não realizados em caráter de urgência – o paciente precisa ser orientado pelo profissional e compreender todas as possibilidades de evolução do que está sendo proposto, desde efeitos colaterais transitórios até complicações propriamente ditas. Assim é firmado o compromisso de confiança mútua que traduzimos como relação paciente-médico”, finaliza.